sábado, 26 de setembro de 2015

Alma encantada

Com os pés cansados
De tanta estrada
As mãos rudes e calejadas
De tanta terra revirar
Meu desejo foi sempre descansar
Mas não há descanso
Para quem leva a vida a pelejar
Amor também não quero mais não
Carrego um coração cansado
Com tanta desilusão
Que mais uma não cabe nele não
Assim sigo pelos eitos
Esperando os eitos terminar
Roendo o duro e parco pão
Esperando virar alma encantada
Em rasa cova, em duro chão.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Prelúdio de Primavera

Há uma flor, meu Amor
A ti prometida
E escondida em duro concreto
Ela germina ainda
Pois não é Primavera
Mas há de ser, há de ser...
Pois é isso que vosso coração espera

Há uma flor, meu Amor
Por ti desejada
Nascida em dura terra
De cores psicodélicas
Orvalhada pela loucura de todas as eras
Que explode de sua semente
Pois é isso que teu coração espera

Há uma flor, meu Amor
A enfeitar-te a alma
Concebida contigo
De pétalas que nunca se findam, fenecem
E que te faz em perpétua Primavera
Dá-me esta flor, meu Amor
Pois é isso que meu coração espera.