(Segundo os princípios da Matemática Pelo Método Confuso adotados pelos poetas)
(Paradoxo)
Se meus medos
Fossem teus medos
Meus segredos
Teus segredos
Tudo seria trivial
E não haveria
Graça alguma
No continuísmo
Que a vida
Nos obriga.
(Princípio)
Olha, meu amor,
A lua,
Ela brilha
Num brilho sereno
Como se fosse
Uma fragata
De luz argentina
Navegando
Mares adversos
E as estrelas miúdas,
Não obstante
Suas magnitudes,
Guiam-na com
A paciência
Dos deuses mortos.
(Hipótese)
Em seu cruzeiro
A lua
Por certo
Não envergonha-se
Do seu parco brilho,
Pois desconhece
O vigor do dia
E sua própria luz
É para si
O bastante.
(Lei)
E assim deverão
Ser nossos dias
Cada um brilhando
A seu tempo
Sempre a procura
Duma estrela sinalizadora.
Encontrando-a,
Guardá-la:
Tal é a lei.
(Síntese)
Pois virão outras viagens
Outros sonhos
E assim
Cada um
De brilho próprio,
De caminhos apontados,
Seguiremos,
Esperando
No paralelismo euclidiano
A justificativa
Para todos
Os encontros
No infinito.