Maria Cristina Campos Lago Abuquerque
Num dia fazia-se santa e dizia-se Cristina,
Noutro dia soltava-se, corria-se em campos,
Noutro, acalorava-se e alcamava-se no lago.
De Albuquerque também tinha seus dias
E fechava-se numa fotografia amarela e fria.
Reflexiva, Maria Cristina Campos Lago Abuquerque
Jamais quis ser Maria. Pois ela fazia-se outras.
E Maria apenas... É pobre ser Maria.
Num dia, sentiu-se em quentura n'alma.
Santa Cristina correu-se ao campo,
Atirou-se no lago e por desgraça
Morreu-se.
O guarda-vidas Abuquerque Maria
Deu-se folga.
Copyright © 2005 by Fernando Nandé, poesia, literatura, Curitiba-PR Brazil.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Todo triste
Triste. Já nasci triste.
Como alguém pode ser alegre
Ao sentir-se, todos os dias,
Os dias todos,
Em todas as horas,
Nos minutos todos,
Na totalidade toda,
Neste gastar-se medonho?
Como alguém pode ser alegre
Ao sentir-se, todos os dias,
Os dias todos,
Em todas as horas,
Nos minutos todos,
Na totalidade toda,
Neste gastar-se medonho?
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Não existo
Você diz que não existo.
Assim, tão simples.
Pois saiba, não existo mesmo!
Nego-me a existir!
E boa parte da Filosofia
Diz que você está certa!
Assim, tão simples.
Pois saiba, não existo mesmo!
Nego-me a existir!
E boa parte da Filosofia
Diz que você está certa!
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sexta-feira, 18 de julho de 2008
Sofro de poesia
Não me chame, não reclame, nada diga:
Sofro de poesia e meu coração está ausente.
Falo com você depois de pensar nos tolos
E doces versos que me envenenam.
Sou doente assim desde menino:
Sofro de poesia, meu bem!
Em rezas, benzedeira alguma
Conseguiu tirar-me este quebranto
Soprado por anjos nada santos.
Por isso, dou canto às palavras
E vozes aos silêncios d’almas.
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