sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vereda estreita

 
A fé é a esperança em trajes de gala.
Aguda e curta como um punhal,
Com duas letras apenas,
É a pá que remove montanhas.
Estrela a guiar-nos na escuridão
Do vale profundo,
Cortado pela escorregadia senda,
Travessia de quem vive
Em susto, com medo de explicar a si
O que vai no mundo,
Pois que também se sabe mistério,
Como um grito apavorante e agudo
A ressoar no ar da noite sem luar.



segunda-feira, 4 de abril de 2011

Decadências na janela


Comprei TV nova, dessas grandes,
Fininhas como vidro de janela.

Nela posso ver a atriz quase viva
Num rio com cascatas de águas brancas
de
sa
ban
do
Na cachoeira da propaganda.

Nela posso ver vidas sem sentido
Das pessoas de sorriso branco
Pro
cu
ran
do
Encaixe nas decadências do mundo.

sábado, 2 de abril de 2011

Quando sonho contigo


Por que tu me acordas?
Estava num sonho bom
E tu também estavas nele,
Linda, como sempre linda,
Coberta de flores de laranjeira
Com os olhos cheios de sol.
Colhias flores, corrias,
Brincava com o vento
Em teus cabelos soltos.
Coração, faz assim:
Tira-me deste sonho não,
Porque tu és nele!