Deus meu, tenha misericórdia
Dos homens que contam o mundo
Em frias parcelas numerais...
Eis seus algarismos, eis nossos pecados:
Sete bilhões de almas
Dois terços de famintos
E outros tantos percentuais
De doentes, de sobreviventes
Dos que já repousam em terra fria
Dos que se cobrem com o vento
Daqueles que não têm alento
Daqueles que não sabem ler nem contar
E ignoram que são números
Talvez terror, errante erro,
Nas tabelas da indiferença
Do burocrata a calcular.
Dos homens que contam o mundo
Em frias parcelas numerais...
Eis seus algarismos, eis nossos pecados:
Sete bilhões de almas
Dois terços de famintos
E outros tantos percentuais
De doentes, de sobreviventes
Dos que já repousam em terra fria
Dos que se cobrem com o vento
Daqueles que não têm alento
Daqueles que não sabem ler nem contar
E ignoram que são números
Talvez terror, errante erro,
Nas tabelas da indiferença
Do burocrata a calcular.