quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Sol que nos inveja


Quem diria, minha bem-amada
Nosso Sol anda mal-humorado
Se descabela em tempestades
E ejeta sua massa coronal

Não. Não posso te ver amanhã
Tenho desde criança medo de voanças
Há no céu distúrbios geomagnéticos
E os aviões podem não funcionar

Sei que haverás de me ligar
E do outro lado da linha
Ouvirás somente ruidos e chiados

Ah, tenhas a certeza, bem-amada
Que tudo isso será obra do Sol
Em desgosto pelo bem alheio

É a impiedade desse antigo deus
Com os que amam e sentem saudades

É que, invejoso
Nosso Sol sofre
De solidão perpétua.


Um comentário:

Ana Coeli Ribeiro disse...

Sol invejoso e solitário...Só um poesta ousa falar assim, não é?
Luz
ana