Era um teólogo, amigo de eras esquecidas,
E perguntou-me
Qual seria o maior pecado...
O sacrilégio que jamais
Eu perdoaria num homem?
Respondi ao amigo como poeta:
O assassinato de sonhos é o maior pecado.
O homem que mata um sonho alheio
Merece o fogo de todos os infernos.
Depois matutei e ponderei:
Mas há um pior, d'outro assassino,
Daquele que mata o próprio sonho.
Este já arde no próprio inferno:
Quando acorda,
Quando se olhar no espelho
E verifica que ali está
Um outro, um corpo vazio,
Um olhar de morto, um homem-vácuo,
O suicida que se esqueceu de ir para a cova.
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