Vi, moço, vi sim
E com estes olhos
Que o caruncho há de comer:
Insana, a doidinha deixou o sanatório,
Estava curada, disse o médico
E por assim ser, plena de sanidade,
Ansiosa, ela abraçou a árvore da calçada
E logo, deu um beijo no pipoqueiro
(Na boca, de língua - escândalo!)
Depois, dobrou a esquina
E parou sob as rodas do ônibus
- Uma pancada! Nossa Mãe! -
Comovido, alguém trouxe uma vela
Outro cobriu o corpo com jornal
E tudo isso
Numa louca tarde de sol
Com ipês floridos
E gente sem ter o que comentar, fofocar
Da vida bestial, bestinha, estúpida mesmo...
Sim, vi tudinho, naquela tarde
Em que tudo parecia
No mais perfeito juízo.
Um comentário:
Mas os ipês estavam floridos.
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