segunda-feira, 28 de abril de 2014

El resto es incierto

Recuerda el tiempo en que te inventaste
Criatura alguna, a no ser el hombre, sabe de él.
Este es nuestro tiempo y en él está nuestra vida.
Aprovecha el tiempo, que es lo bello de nuestros días.
El resto es incierto, sólo el ahora es el tiempo de vivir.

(Versão para o Espanhol, Félix Coronel)

O resto é incerto

Lembra-te do tempo que a ti inventaste
Criatura alguma, além do homem, sabe dele
Eis o nosso tempo e nele está a nossa vida
Aproveita o tempo, que é o belo de nossos dias
O resto é incerto, só o agora é o tempo de se viver.

Repente

A estrela cadente
Fez um hai-kai de repente
No verso do poeta.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Poeta maldito

Se escrevo defendendo o povo árabe e contra seus ditadores
Sou maldito
Se escrevo defendendo o povo israelita vítima da discriminação
Sou maldito
Se escrevo contra os ditadores, proxenetas da coisa pública que nos exploram
Sou maldito
Se escrevo é porque toda poesia se faz contra o ódio e a ignorância dos homens
Sou poeta e por gosto
Maldito.

domingo, 20 de abril de 2014

Dadinha Terremoto

Chamava-se Dadinha Terremoto
E toda vez que ganhava alguma moita perto do quartel
Com algum soldado que estava de guarda e de valentia
Fazia jus ao apelido, Dadinha dava tudo o que tinha
E o solo tremia como se atacado por tiros pesados de artilharia.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Ser como uma borboleta

Ser como uma borboleta
Visitar todas e somente as flores
Porque a vida é tão curtinha
Que não temos tempo
Para nos ocuparmos com miudezas
Com coisas de poucas belezas
Sem gosto, sem alma e sem perfume.

Tonta alegria

Dia triste
E esta tonta alegria
Que me procura
A troco de nada.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Camisa de força

Certos amores, certas paixões,
Já no início, nos presenteiam
Com florida camisa de força
E loucos nos agarramos ao imaginar
De que estamos na última moda.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Lua vermelha de pudor

Ó Lua branca que no céu coraste
Tanta é a vergonha que vês entre os homens
Tanta é a desonra, tanto é o desamor
Que o sangue de todas as vítimas inocentes
Mortas pela violência, fome e guerras
É no teu rosto pudor, é a tua nova e triste cor.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Lua Vermelha

A Lua sangrou para o mundo. Como Curitiba não pertence ao mundo, preferiu antecipar o enterro da Lua com o escuro do luto no seu Céu e um véu de névoa de viúva caprichosa.

Libra

Era do signo de Balança
Mas, tão desequilibrada
Que foi interditada
Pelo Inmetro
Com sintomas de bipolaridade.

domingo, 13 de abril de 2014

Surras nas línguas

São trigêmeas línguas
Nascidas em terras diferentes
Portuguesa, Espanhola e Galega
Todas belas
Mas filhas
De pai mui severo
O velho Latim
A surrá-las diariamente
Com o relho das esquecidas regras.

Leiam

Livros
Nos fazem
Livres.

Lua acesa

Em noites escuras
Todo poeta almeja
Ascender à Lua
Para acender a Lua
E de lá ordenar às nuvens
Chuvas de versos.

Bilhete na geladeira

Parto feliz
Há Deus
Adeus.

Nunca

Nem por força de lei
Te esquecerei.

Curitiba cinza



E os céus de Curitiba experimentam seus 365 tons de cinza.
Mas, há esperança, teimoso é o Sol, teimosa é a vida.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Meu poema decorado

Ainda trago na memória
Teu corpo que decorei
Como se decora um poema
És-me a poesia das tristes horas
Quando desejo lembar
Coisas boas, ternuras
E assim, em cada verso,
Sinto em meus lábios
O teu calor, a tua quentura
Que acodem a curar-me
Da frieza glacial e ártica
Desses meus solitários dias.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Soidade

Em nossa lusitana língua
Há palavras perdidas
Esquecidas, esquecidas
Embora lindas de morrer

Soidade é uma delas
Que significa solidão severa
Aquela que fez Camões
Em tristeza padecer.

Cartão de crédito

A tudo ao meu amor serei atento,
Principalmente ao cartão de crédito
E a outros endividamentos!

Fora da Escola

Menino mulambo que pela rua passava
Olhava para dentro da escola
E para as crianças que brincavam
Naquele jardim de infância
Eu desejava ser criança também
No jardim e na infância que me faltavam.

Do amar e seus cuidados

Ao amar tenha cuidado
Com duas palavras somente
Que são promessas
Porém, às vezes mentem:
Nunca e Sempre.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Choro-me

Choro-me tanto e mudo
Que não sei se é o silêncio que chora
Ou se sou eu que choro em silêncio.

Doce cana, amarga Ana

Para Ana Gomes Veiga
Ana da Roça, quando menina
Era doce como a a cana madura
Mas moça, virou revolta
Com os calos nas frágeis mãos
Feitos pelo cabo do cego facão
Que empunhava com destreza
Ao derrubar uma lavoura inteira
Deixou até de ser gente
Assim cortava soluços, assim chorava
Mãos estragadas, futuro morto
Doce açúcar da cana, amarga Ana.

Barriga, adeus

Cultivada e mantida
Com os mais finos ingredientes
Do bom malte ao ótimo lúpulo
Eis que minha ingrata barriga
Resolveu me dizer adeus
Em longas caminhadas.