Meu velho e roto livro
Quantos anos ficaste me aguardando
Amarelecido na prateleira?
Por isso, hei de te dar
O meu mais nobre dia
A sexta-feira para ler~te
Junto ao meu peito
Em vez da esbórnia
Da conversa fiada dos amigos
E dos eflúvios do álcool inimigo
Seguirei tuas gordas páginas
Guardarei tua lógica aristotélica
Numa dança esotérica
Marcada no ponto da macumba
Em que oferecerei a ti
Meus olhos doentes
Sei que de mim não guardas mágoas
Ou baixo ressentimento
No fundo, tu sabias
Que num belo dia
De tua sabedoria
Eu iria me empanturrar e beber.
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