quinta-feira, 14 de julho de 2016

De ti beberei


Meu velho e roto livro Quantos anos ficaste me aguardando Amarelecido na prateleira? Por isso, hei de te dar O meu mais nobre dia A sexta-feira para ler~te Junto ao meu peito Em vez da esbórnia Da conversa fiada dos amigos E dos eflúvios do álcool inimigo Seguirei tuas gordas páginas Guardarei tua lógica aristotélica Numa dança esotérica Marcada no ponto da macumba Em que oferecerei a ti Meus olhos doentes Sei que de mim não guardas mágoas Ou baixo ressentimento No fundo, tu sabias Que num belo dia De tua sabedoria Eu iria me empanturrar e beber.

Nenhum comentário: