terça-feira, 27 de setembro de 2016

Efêmera juventude

Encontrei-a só
Amargurada com a vida insossa
Alma perdida que não via mais poesia em seus dias
Morrera e teimosamente respirava
Dei-lhe a minha mão
Que nas suas mãos tentava segurá-la sobre o abismo
Buraco verrumado por anos de culto ao inútil
Pela busca da beleza onde não há beleza
No ódio pelas suas naturais rugas e decadência da pele
(Lamentava-se: "Ó juventude, efêmera, tão breve!")
E senti em suas mãos a frieza do zero absoluto
Própria dos defuntos
Estava morta, do viver perdera o costume
Nem mesmo o encanto da poesia
Tem o sopro quente para ressuscitar os mortos
Era ela um Lázaro que amava sua tumba.

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