Curitiba é seca
Falta água
Falta o frio
E, principalmente,
Falta o mar que Curitiba nunca teve.
A madame da casa ao lado veio me pedir um balde d’água
– logo ela que nunca falou comigo –
Dei-lhe a água
E ela devolveu-me um "obrigada"
Mergulhado em labaredas que saltavam de seus olhos.
Melhor ficar assim, só no olhar e desejo.
Mais tarde me devolveu o balde vazio.
Outro "obrigada" agora banhado em gelo.
O banho frio devolveu o juízo à madame
E eu que nunca tive juízo não careço de banho.
Copyright © 2005 by Fernando Nandé, poesia, literatura, Curitiba-PR Brazil.
domingo, 6 de agosto de 2006
Água para aquietar madame
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Ao trem passante
Ouço o trem que passa
Apitos distantes
Adeuses distantes
De gente que nunca vi.
Um dia seguirei no trem
E darei adeuses como todo mundo dá
Para gente que nunca vi
Para a mulher que nunca vou namorar
Lembro-me criança
Corria como louco atrás do trem
Hoje, não sou menos louco,
Não corro mais
Os insanos cansam
Os trens, não.
Apitos distantes
Adeuses distantes
De gente que nunca vi.
Um dia seguirei no trem
E darei adeuses como todo mundo dá
Para gente que nunca vi
Para a mulher que nunca vou namorar
Lembro-me criança
Corria como louco atrás do trem
Hoje, não sou menos louco,
Não corro mais
Os insanos cansam
Os trens, não.
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