Deus não quis que o homem voasse,
Por isso, criou os poetas, anjos e demônios,
Que são seres parecidos com os homens;
Nem no mais nem no menos,
Só nas asas não são iguais.
E nesta parecença apenas,
Para espanto dos bichos alados,
Num porém da vida,
Nesses poréns que a vida descuida,
Em noite de encantamentos, talvez,
Em noite de poesia cheia,
Os poetas, que por assim não saberiam voar,
Negam-se em humanidade e
Avoam, e avoam, e avoam...
Avoam para invejança doutras criaturas
Que tentam cantar a manhã
Numa mesma melodia que se arrepete em eternidades.
Não há poetas entre os anjos e demônios,
Por isso eles desconhecem os versos do dia que se faz.
O voo deles é apenas parte da melodia da coisa repetida.
Para desesperança dos tinhosos e imaculados
Que gostam da ordem e coisa não mexida,
O senhor criou o poeta,
Para voar, para escrever Sua poesia,
A mistura de tudo o que foi criado.
Lá do alto, completo,
O verso escapa da boca do poeta e diz
Do tempo que há de vir
Do tempo que perdeu a asa,
Do agora, deste poema sem hora.
Avoa poeta
E canta inteira a poesia de Deus.
Avoa poeta,
Sua vida é avoar
Para a invejança das criaturas
Cante o poema que se escondeu
Na mais alta nuvem
No céu, nas alturas
E que nem Arcanjos e anjos caídos
Podem alcançar.
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