Era de mil duzentos e quinze.
Horraca de Pedro entregou seu corpo,
A sua casa inteira,
Até mesmo o leito e sua manta nova,
Ao mosteiro de São Salvador de Salto.
Para Maria do Pelágio:
Uma ovelha, uma cabra e seus filhotes.
Outro quinhão foi para os leprosos.
E para o abade e a São Martinho de Candaosu,
O prelado aqui na terra
E o santo lá do outro lado,
Também houve lembranças,
Cuidadosos que eram de sua alma.
A piedosa Horraca sabia das coisas
E para a outra desamparada Maria,
Filha de Pedro Calvo,
Deixou um moio de pão
E dele anual porção
Até que Maria encontrasse marido!
(Poema baseado no testamento escrito em latim bárbaro, mas já com traços do português. Documento guardado no Mosteiro de São Salvador de Souto, perto de Braga, Portugal).
2 comentários:
Hoje alguns deixam a pensão. Casar de novo, nesse sentido do compromisso, é raro, quando casamento foi casamento. Beijos, Nandé!
Parecia uma cena de filme com a cruel condição de Maria.Triste!
Luz
Ana
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