quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Soneto para o amor que dorme

Esses mansos versos que nascem na meia-noite
Vão para ti como a mansa brisa vai para o mar
E alcançam teu colo, teu respirar cadenciado,
Tua brancura nua sobre o rosa da rede rendada

Ouve o riscar do lápis sobre o pardo papel
A cantar a louca e breve felicidade dessa hora
Que se faz canção risonha e que por fim chora
A proximidade das incertezas do alvorecer

Dorme porque a vida é desilusão e cansaço
Sonha alegre, poisque o sonho é vida verdadeira
Não acordes, a realidade é do sonho o pesadelo

Contenho o choro que me chega neste momento
Ele vem arrastado pelo tempo que a tudo devora
Até esta tua nudez que hei de guardar na memória. 

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