Quando dei por mim já vivia triste
Em criança, com três ou quatro anos
Já sentia estranhas saudades
Tinha saudades de minha mãe
Embora só a recordasse até os joelhos
Pois, além não alcançaram meus olhos
De resto, das saudades de minha mãe
Sobrava-me um rosto que inventei
Muito branco, de um severo que sorri
Ela vestia-se com um vestido colorido
E tinha em suas mãos inventadas e lisas
As minhas em tremor sempre suadas
Lembrava-me de todas suas histórias
Que, por sua falta, eu também inventara
Lidas com carinhos em noites temerosas
Sim, a ausência de minha mãe logo cedo
Fez-me amar a poesia que tudo pode e inventa
Inclusive uma mãe da qual não se tem memória.
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Ilustração: Mãe com filho doente - Picasso
Em criança, com três ou quatro anos
Já sentia estranhas saudades
Tinha saudades de minha mãe
Embora só a recordasse até os joelhos
Pois, além não alcançaram meus olhos
De resto, das saudades de minha mãe
Sobrava-me um rosto que inventei
Muito branco, de um severo que sorri
Ela vestia-se com um vestido colorido
E tinha em suas mãos inventadas e lisas
As minhas em tremor sempre suadas
Lembrava-me de todas suas histórias
Que, por sua falta, eu também inventara
Lidas com carinhos em noites temerosas
Sim, a ausência de minha mãe logo cedo
Fez-me amar a poesia que tudo pode e inventa
Inclusive uma mãe da qual não se tem memória.
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Ilustração: Mãe com filho doente - Picasso
Um comentário:
Que lindo e tocante, essa saudade tão doida me fez chorar muito.
Luz
Ana
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