sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Como eu cheguei ao longe

Sou de antigo tempo
Que de tão velho
Acho que não mais existe

Havia lá um terreiro
Laranjas e carambolas
Que amadureciam no pé

Um pé de manga sempre carregado
Um cachorro bravo
E um beijo menino nunca dado

Caminhos e carreiros que ao infinito levavam
Da casa dos vizinhos
Até o mundão de goela arreganhada

O sabiá de papo laranja sempre ressabiado
Um tico-tico, beija-flor
E doce de mamão feito no tacho

Um terreiro, sim o terreiro
Que em dias de chuva
Se enchia de barro

Havia sim, meu olhar pela janela
Que ao longe viajava
Sem saber que neste longe eu já estava.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nunca estaria lá sem o amor! Impossível sem ele. Mas a vida continua e todos encontraremos um dia! O amor verdadeiro.