quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Desencanto

O Sol encantado dos últimos dias
Hoje não apareceu, é Sol apenas
Um ponto minúsculo entre nuvens

E a vontade que em mim se refizera
E a fé para dinamitar montanhas
São fogueiras extintas por súbita chuva

Sou puro desencanto
Embora a quimera diga que não
A realidade nubla minhas horas
Enevoa-me os segundos em agonia

Há muitas verdade nisso
As sombras da noite
São as mesmas para o feliz sonho
E para o assombro dos pesadelos

O Sol que nasce todos os dias
Mesmo quando aqui se faz noite
Do Oriente ao Ocidente
Queima-se em rito de morte


E ilumina
O esperançado e o vencido
O que busca e o que espera
O conformado e o que almeja


E aquece
O miserável e o bem-aventurado
Aquele que infinitamente ama
E aquele que de si se esquece.

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