quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Amor inexplicável

Como eu te quis! Como te quis, infeliz criatura
Houve um momento nos meus dias cinzentos
Que ao despertar do sono, ao abrir os olhos
Em mim nada mais cabia além de tua imagem

Foi um amor de se viver abestalhado e anêmico
Não me cansava de ti, de tuas manhas
Ficava sem comer, ficava triste sem te ver
Amei-te exageradamente, desesperadamente

Hoje olho a tua fotografia e tento achar razões
Para tantos desatinos do coração adolescente
E estranhamente não sinto saudade de ti

Tenho saudade apenas de estar apaixonado
E por isso guardo com carinho a tua imagem
É ela que me lembra que o amor é inexplicável.

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Ilustração: Paquera na janela, José Lutzenberger   

2 comentários:

Anônimo disse...

Sem truques
Defesa e caminho
Minha única herança

Procuro
Encontro medo
Próximo ao pânico

O frágil
Emoções
Superam os limites
Tê-lo
Experimento

Amor?
Não sei o que é
Só posso senti-lo
Impulso forte
Recuo

Vontade inebriante de estar
Próxima de ti
Saber
E depois?

Explosão de alegria
Euforia envolvente
Quero mais
Isso é amor?

Perco
Imensa vontade de cuidar
Dividir descobertas
Cúmplices

Não quero trivialidade
Caso o façamos
Que estejamos juntos
E apenas os dois

Dentro da lógica
Segrego o que me incomoda
Aquilo que convencionam de “amor”
Acredite, não quero

Do amor quero estar próxima
Vivê-lo intensamente
Não quero aparência
Precisar?
Ser forçada?

Desculpe
Incomodo?
Essa é a função
Caso contrário
Como o novo aconteceria?

Tantas outras coisas boas
Solucionadas com a razão
Mas sem deixar de lado a emoção
Posto que o óbvio não é opção
E nada possui uma lógica exata

Um quarteirão
Uma tarde de cesta
O cheiro da chuva na janela
Caindo sob o telhado quente

Nada de cama de campagna
Quero proximidade
Feriados e fins de semana
Música e alegria

Cantando e amando
Em cada rua, monumento ou prédio
Museus, praças ou generais
Vivendo até mesmo as guerras
Num passeio maravilhoso
Pela cidade morena
A cidade das mangueiras

Um quarteirão
Uma tarde de cesta
O cheiro da chuva na janela
Caindo sob o telhado quente

Ela o ouviria
E colocaria em prática
Com paz e calma digna
Apenas de quem
Questionaria para sempre

Anônimo disse...

Sim meu amor
Não consigo imaginar
O quanto serão lentos estes dias
Sem teu encontro
Como será longa a semana
E como o tempo foge de nosso controle

Com o horizonte vago
E os olhos perdidos
Ficarei contando as horas
Com as mãos vazias, sem as tuas

Teu hálito doce
Lembro com prazer
Nada terá cores, nada terá graça
Arrastar-me-ei por entre os dias

O destino pregou-nos mais uma peça
Meu coração, derramado de amor por ti
Chora uma velha cantiga
Embalada de melancolia

Não contenho minhas lágrimas de saudade
Apenas rezo para termos forças
E enfrentar a semana
Conto as horas para te ver