Teu rosto de porcelana
Branco, branco,
Em contínuo e belo susto.
Cabelos presos...
Andar de bailarina...
Andas pela casa
E eu nem te escuto.
Depois, em sussurros,
Falas baixinho
Do amor contido
Porém, jamais tido.
Escuto os sussurros
E imagino-te
Estancada num plié
Ou genuflexa
Em súplica de adeus
Mas, tu és teimosa
E em tendu
Alcança-me o peito
Em pêndulo
Como são
Os corações dos poetas.
Imediatamente
Afasta-me com um jeté
Rond de jambe en l'air
No rondó, rodopio
E volto a mim
És doutro mundo
E eu, desse mundo meu
Tão poesia
Teu rosto de porcelana
Branco, branco,
Em contínuo e belo susto.
Cabelos presos...
Andar de bailarina...
Andas pela casa
E eu nem te escuto.
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