segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Antigos domingos

Resolvi visitar antigos caminhos, antigos domingos
Envoltos em sombrias paisagens
Lá estavam os antigos muros, antigas grades
Adormecidos amigos já sumidos, nunca esquecidos...
O passado dorme em cova rasa e aberta
Em algum lugar da paisagem e certamente, aqui dentro, no peito
Lembrei-me do negro doido Badu
Contando os carros da cor azul que passavam na estrada
Sem saber contar, sem saber diferenciar cores
Lembrei-me dos loucos... dos loucos
E eram tantos vivendo em mundo outro
Lembrei-me dos meninos paralíticos
Correndo com suas pernas de madeira e ferro
Lembrei-me dos tristes domingos
Em que os pequenos desgraçados
Esperavam em vão a visita
Da mãe e dos parentes que nunca tiveram.

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