Nem todo verso é repente,
Nem todo amor vigora.
Chora viola!
Sinto que quanto mais velha
Mais a minha viola sente
Na tristeza de uma toada
A cantar mágoa da gente,
Numa cantiga que é de longe
Cantada neste repente.
Nem todo amor vigora,
Nem todo verso é repente.
Chora viola!
Minha viola não mente,
Dizem que foi afinada
Numa afinação diferente,
Pelo choro de minha mãe,
Na dor que toda mãe sente
Ao sentir o filho partindo
Com a viola e para sempre.
Nem todo verso é repente,
Nem todo amor vigora.
Chora viola!
Toda árvore foi semente,
Toda mágoa faz chorar,
A viola é parceira,
Sente o que o cantador sente,
Pode ser dor de covarde,
Pode ser dor de valente.
Nem todo verso é repente,
Nem todo amor vigora,
Nem toda lenda é história.
Toque a vida para frente,
Toque a velha viola
Sentido o que a gente sente.
Nem todo verso é repente,
Nem todo amor vigora.
Chora viola!
2 comentários:
É sua poesia? Abraços
Olá Angelim,
Sim, essa poesia foi escrita por mim há uns dois anos e faz parte de um conjunto de poemas que chamei de "Cantoria para Viola e Violão" feito para ser musicado. Até agora não tive notícia de que alguém o tenha feito. Caso você tenha interesse em musicá-los esteja à vontade, mas somente me avise, para que eu não os libere para outros músicos.
Abraço
Postar um comentário