Guardo em mim tua amena e delicada meiguice,
A mesma de quando vieste a meus olhos míopes
Tão mulher - fresca água boricada n'alma em desânimo.
Não. Não há raiva nem vingança
Naquilo que te digo e hei miseravelmente escondido.
É que me faltou tempo e jeito enquanto esperava-te outra.
Sei que menti, meus versos não eram teus,
Eram para uma deusa rematada,
Como bem acabadas devem ser as deidades de Apolo.
Mas os poemas casavam tão bem contigo!!!
Tinham tuas medidas, tuas adjacências,
E, logo, deslizavam tão lisamente sobre tua alucinante língua.
Confesso: meus escritos não eram para ti,
Eram dulcíssimos oblatos para coisa em eternidade;
Singelas linhas para quem se ama em segredo e verdade.
Tu foste, aparentemente, meu sonho aprumado em vida sem prumo.
Porém, meu verso buscava outra diva
Tão perfeita e em imperfeição que, por certo, nunca te teria em rumo.
Bela tu és,
Musa não és;
Perdoa-me
Essa liberdade
Sem licença
E maléfica
Na minha
Imprudência
Poética.
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