Há os que não suportam o silêncio,
Ouvem música, escutam ruídos,
Mas jamais o que vai n'alma escondido.
Fogem da própria consciência,
Das desilusões e horrores havidos
E arrogam a si o alívio das ausências.
Temem ouvir suas próprias dores,
As dores que hão impingido
E as dores de todas as gentes.
Alguns dormem de rádio e TV ligados,
Querem esquecer o destino contido no sono,
Que apavora até mesmo o mais fiel dos crentes.
O sono é a amostra grátis da eternidade.
O sono nos faz da degradação tementes.
O sono nos dá essa quietude veemente.
O sono é antigo compadre do que já não existe,
Do silêncio que nos será apresentado por inteiro,
Impiedoso, no raspar da pá do silencioso coveiro.
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