domingo, 15 de julho de 2012

A falta de teus passos

A minha pobre rua se cobre de um cinza tristonho
Nela não mais se escuta ao longe a graça de teus passos
E esse silêncio em que se guardou tua beleza
Faz donde vivo o lugar mais desolador do mundo
Os ipês não mais florescem
E aquela cerejeira que eu mesmo plantei
Tem seu tronco torto e neste ano negou-me a florada...
E as rosas, encarnadas rosas,
Alimentaram as formigas e outras pragas...
E aqui dentro, dentro do meu peito,
Nada é diferente, vazio, desolação, memória apenas,
E uma saudade que a si mente e devora
A tua imagem que descia nesta antiga e defunta rua.

3 comentários:

Ana Coeli Ribeiro disse...

Oh amigo, que triste! Linda, mas triste. Bem sei que escrevemos o que vai em nosso coração,mas não gosto de saber de ninguém sofrendo ou triste, especialmente você que é meu amigo(que nunca vi) mas se fez querido. lembres-se...Hakuna matata!
Luz
Ana

Prof. José Fernando disse...

Ana, com o perdão de Pessoa,
Sou um fingidor
E chego a fingir que é tristeza
A tristeza que deveras sinto!

Ana Coeli Ribeiro disse...

Sei não, mas penso que o Pessoa quis dizer algo diferente "O poeta é um fingidor" Não podemos fingir o que vai em nosso coração e alma, o sentimento e a verdade fazem a beleza da poesia,assim penso. Portanto sua poesia me falou de uma profunda tristeza, assim sei!
Luz
Ana