segunda-feira, 30 de julho de 2012

Os dias que nunca virão

Pode o feitor amar o seu trabalho
Feito de ódio, dor e castigo
Pois o ódio, a dor e o castigo
São a sua felicidade sádica.

Mas não pode o escravo
Amar a escravidão
E a chibata que lhe corta o couro

Não pode o escravo amar o relho
Feito por uma escola que não ensina
E por livros que apenas distraem

Ou, o escravo amar o tronco de suplícios
Urdido pela propaganda que engana
E que diz que a servidão
É o estado normal de 99%
Dos homens que vivem neste mundo
De bocarras escancaradas, a espera
De dias melhores, dias que nunca virão.

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