domingo, 9 de fevereiro de 2014

Margarida de vida torta


Não pertenço à sombra dos shoppings de Curitiba
Sou avesso as suas falsas badalações
O puxar de saco tão falso dos tapinhas nas costas
Sou das gentes das ruas, das vilas esquecidas
Dos loucos, dos estragados, dos lázaros
Converso com os desvalidos, com os esquecidos
Trato as pessoas por senhor, senhora, senhorita
Mesmo que senhores de roupas puídas
Senhoras de vidas tão sofridas, empregadas, diaristas
E canto para a senhorita de vida torta
Como se cantasse versos para triste margarida
Nascida no vão das pedras dessas pesadas portas
Que separam o que é povo dos que têm o rei na barriga.

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