segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

Cócegas do silêncio

Às vezes paro
E fico a escutar
Meu silêncio
— Já ouviste o silêncio? —

Às vezes meu silêncio
Dá gritinhos como criança
Ávido para contar
O que não sabe
E pouco entende

Às vezes, meu silêncio
Faz cócegas em meus pensamentos
E eu pego-me a rir sozinho

Às vezes, meu silêncio
Se veste com roupas de pompa
E freqüenta os salões das idéias
Rebuscadas, estudadas e chatas

Às vezes, meu silêncio se faz
Nele mesmo, nu, apenas silêncio
E em silêncio choro.

— Já ouviste o silêncio? —

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