quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

A violista

Solta, entre uma nota e outra,
Só, a violista sola.
A música, fio longo, se tece
Solitária no jovem espírito.


Do palco treva
Trespassam sonoridades
Impulsionadas pelo braço fantasma
Branco a furar o escuro
Em arco que viola a viola.

Este sobe e desce sugere
Estupro das cordas
Ao arrancar suspiros
Da oitava máxima.

Silêncio ( )
Outro fio longo
Em nova nota aparece
Depois mais silêncio ( ) que
No peito eternidades tece.

Toque. Toque querida
Tenho frio
E meu agasalho
São estas eternidades breves.

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