Valéria ficou louquinha.
Louca de dar tapinhas
Em mosquitos imaginários,
No noivo que não existe
E na bochecha roxa do própria face.
Valéria ficou doidinha.
Encantada noutro mundo,
Ela deseja tirar a velha
Torturante tatuagem d'alma:
Um anjo de asas curtas,
Genuflexo e suplicante.
Valéria não quer a castidade.
Aliás, ela nunca desejou tal santidade.
Valéria, a louca Valéria,
Quer casar dez vezes em Coimbra.
Dez vezes sim! Dez vezes
Para que seu noivo dela não se esqueça!
Valéria diz que seu anjo agora ri.
Ele gargalha de verdade,
Pois tal criatura celestial
Já não lhe é apenas um rabisco n'alma:
O querubim ficou louquinho.
Ele cedeu suas asas aos mosquitos imaginários
Genuflexos e suplicantes por suas vidas
Ao pressentirem da doida o doidinho tapa!
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