Trato o ausente como existente
E só penso no que ele pensaria
Penso no que diria, no que faria
Ao ver o resultado de suas lutas
Que foram interrompidas de abrupto
E que não desapareceu com ele
Um filho que se formou
Ou uma filha que se casou
Netos, bisnetos, outras gentes
E ele não viu, não viveu para isso
Ou ainda os resultados de sua obra
Que em vida parecia não ter vida
E hoje é citada, badalada
E é motivo de lembrança de seu nome
¿O que diria o ausente?
¿O que faria aquele que aqui não mais está?
Não sei, invento possíveis sentimentos
Opiniões de acordo com o temperamento ausente
E concluo que folhas que caem da árvore no Outono
Jamais poderão saber do quente Verão
Somente a árvore saberá disso
Porque em si, na árvore, as novas estações
Precisam das folhas ausentes para existirem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário