Inventei máquina nova,
Finalmente, um engenho útil!
Consigo agora medir o amor.
Na realidade, é um medidor
Que tem uma escala infinita
Vem dos negativos números
Passa pelo zero e avança ao eterno.
É invisível e funciona assim:
Traga para seu peito
O objeto do teu querer;
Segure-o firme, apertado mesmo;
Sinta-lhe o calor, o desejo;
Depois, meça o bater do coração alheio
E multiplique pelo logaritmo
Da quentura que sobe ao rosto.
Não há erro nessa operação.
Na máquina só há um defeito,
Ela não funciona em sujeitos
Que desejam o amor em precisão monótona.
Naturalmente, tem que ser usada todos os dias.
No amar sempre haverá uma quantia nova
Que foge das imutáveis tabelas, da álgebra fria.
No modo de usar, ainda uma advertência,
Tal máquina aponta para o nada em vidinhas vazias.
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