terça-feira, 17 de maio de 2011

Amor neolítico


Não somos deste falso tempo, íntima amiga,
Pelos deuses fomos emprestados a esta época de bárbaros
Pré-históricos de terno e gravata.

Em tardes de sol preguiçoso, de nuvens chorosas,
Você de sandálias à moda grega
E eu contando as horas como os sumérios.

Fugimos do shopping feito de pedra
E para não esquecermos de nosso passado neolítico
Marcamos encontros sob as árvores.

Ali somos o que somos, naturalmente feras
A buscar o amor em abafados gritos e grunhidos
Tirados à linguagem dos amantes primitivos doutras eras.

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