domingo, 22 de maio de 2011

Curto trapo



Fim de caso, fim do amor...
Encontrei-te terrivelmente triste,
Acabara-te o mundo ontem,
Findaram-te os dias, contaste-me.

Descobriste, enfim, o inevitável,
Em tudo há o germezinho do fim:
A eternidade é tecida em doirado pano para os deuses,
Porquanto é breve e curto o trapo que cobre os homens.

Nada é perene nessas águas que nos levam adiante,
Às vezes,
Refrescadas por leves brisas de felicidade
E quase sempre,
Agitadas pelos ventos da tempestade.

Assim em rotos trapos, somos pobres marujos
Afogados sempre em pequenos naufrágios
Enquanto o derradeiro no horizonte se prepara.


Nenhum comentário: