Como saber-me viva se ninguém mo diz?
Como saber-me viva e necessária?
Como saber-me viva nos braços do vento?
Há no mundo uma vontade do encontro
O criado, posto que separado,
Sente saudade do tempo que se fazia junto
Por isso as coisas e as gentes se procuram
Obedecemos à vontade universal
Que nos pretende e nos quer de mãos dadas
Mas não pode ser qualquer mão nas minhas mãos
Há de ser aquela que ao roçar-me os dedos
Dê-me a certeza de que meu coração abarque.
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Ilustração: "Nua sentada num divã" ("La Belle Romaine"), de Modigliani.
Um comentário:
"Há de ser aquelas que ao roçar-me os dedos..." São lindos e delicados versos, estou adorando ler tudo isso. Obrigada por tantas belezas!
Luz
Ana
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