É de rir, gargalhar, rolar pelo chão, amigo,
Ver o sujeito, douto e perfeito, a bater no peito
Ao se declarar descrente, o incréu dos incréus!
Digo:
O último incrédulo morreu ontem!
Porque é condição sine qua non para estar vivo
Ter um coração com um bocadinho de esperança
E tê-la é ter fé. É justificar o hábito de respirar.
O filósofo matou a fé no homem
Junto com seu espírito e seu Deus
E ao mesmo tempo a Filosofia
Ganhou um grande enterro,
Porque deixou de ser esperança.
E para que serve a Ciência
Se não for para salvar o homem
Da loucura do tudo acabado,
Do tudo sem sentido e sem verdade?
E digo:
O último poeta sem esperança,
Que é a mais pura e verdadeira crença
No semelhante, igualmente morreu ontem!
Seus livros de nada servirão,
De nada serão em proveito do homem,
Pois é na poesia que se encontra a beleza do mundo
A flutuar aqui e ali nesse mar de brutalidades.
A poesia é alimento do espírito, fortaleza d'almas,
É a voz que traz d'outros mundos os ecos divinos
Para o encantamento desses nossos duros dias.
Do contrário, seríamos árvore que sofre sob a geada
Para no Verão morrer com a alma ressecada,
Como esses homens que andam por aí iguais a zumbis,
Almas de cântaros no Inverno da descrença:
Pobres, vazios, mortos são e não sabem.
Ver o sujeito, douto e perfeito, a bater no peito
Ao se declarar descrente, o incréu dos incréus!
Digo:
O último incrédulo morreu ontem!
Porque é condição sine qua non para estar vivo
Ter um coração com um bocadinho de esperança
E tê-la é ter fé. É justificar o hábito de respirar.
O filósofo matou a fé no homem
Junto com seu espírito e seu Deus
E ao mesmo tempo a Filosofia
Ganhou um grande enterro,
Porque deixou de ser esperança.
E para que serve a Ciência
Se não for para salvar o homem
Da loucura do tudo acabado,
Do tudo sem sentido e sem verdade?
E digo:
O último poeta sem esperança,
Que é a mais pura e verdadeira crença
No semelhante, igualmente morreu ontem!
Seus livros de nada servirão,
De nada serão em proveito do homem,
Pois é na poesia que se encontra a beleza do mundo
A flutuar aqui e ali nesse mar de brutalidades.
A poesia é alimento do espírito, fortaleza d'almas,
É a voz que traz d'outros mundos os ecos divinos
Para o encantamento desses nossos duros dias.
Do contrário, seríamos árvore que sofre sob a geada
Para no Verão morrer com a alma ressecada,
Como esses homens que andam por aí iguais a zumbis,
Almas de cântaros no Inverno da descrença:
Pobres, vazios, mortos são e não sabem.
2 comentários:
Adorei, Nandé! "A poesia é alimento do espírito, fortaleza d'almas,
É a voz que traz d'outros mundos os ecos divinos
Para o encantamento desses nossos duros dias." Isso mesmo... Obrigada!
"É na poesia que se encontra a beleza do mundo
"Almas de cântaros no inverno da descrença: Pobres, vazios, mortos..
Não há mais o que dizer!
Ana
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