quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A minha saudade cavalga

Antigamente, os amantes morriam de saudades
De suas distantes amadas e para vê-las
Suavam sobre longas léguas no lombo dos cavalos

Hoje não temos saudades tão distantes
Tudo está ao alcance dos dedos nos teclados
Sejam dos telefones ou dos computadores

De tal modo que sentir saudades
Assume as feições de uma mera equação matemática
Em que o limite é a velocidade da luz
Ou o movimento dos elétrons em circuitos fechados.

Mas mesmo assim, minha cibernética amada,
Sinto de ti uma saudade das antigas,
Uma saudade que envolve o tato e o gosto na boca,
Daquele esfrega-esfrega quente e cada vez mais quente
Que só é possível na presença de teu de corpo

Chega das carícias elétricas,
Do amor contido em bytes
Minha saudade é cavaleira
E gosta de cavalgar

Eia ô! Eia! Vou pôr o arreio no meu cavalo
Suar por muitas léguas
Só pra te beijar
Assim de pertinho, no abraço e no carinho
Como devem ser os beijos dos enamorados.


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