E que a pobreza esteja somente nos espíritos dos que não se comovem com o sofrimento alheio. Ricos são os que têm a humildade e a vontade de aprender, apesar de tudo.
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Quem vive de lembranças é o dono de bazar. Vivo do agora, minha luta é o agora, o resto foi aprendizado.
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O que realmente marca esse povo que diz nos governar é sua inteligência ímpar e capacidade de dizer com sinceridade grandes asneiras.
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Chegamos ao cúmulo do fiofó da mula, em que pensar com a própria cabeça tornou-se crime; em que patrulheiros orelhudos, que nunca conseguiram ler a orelha de um livro, se sentem no direito de questionar os que pensam; em que a ignorância é mérito e não defeito.
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Os fascistas matam. É disso que falo.
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Só há uma violência legítima, a que reage contra os violentos.
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A propaganda é uma arma como qualquer outra numa guerra. Ela é tão poderosa que convence homens pacatos a lutarem por tudo e todos e às vezes por nada; a morrerem por deuses ou a mais das vezes por patifes. E aos que sobrevivem, ela tem que convencer que tudo foi por uma boa causa e que valeu a pena tanto sofrimento.
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Mais do que fuzis e metralhadoras, o que derruba governos hoje são imagens fotográficas de violência.
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Um idiota que desconhece história sempre será um idiota que desconhece a si mesmo.
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De uma elite de berço para uma elite proletária, esta escrava da ignorância e aquela escrava da soberba que promoveu a ignorância.
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Um homem livre que se convence pela força se tornará um escravo. Um homem livre convencido pela razão será sempre um homem livre.
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Já fui um crente. Em outros tempos, olhava para uma escola ou hospital sendo construídos e ficava contente. Hoje, descreio e somente penso nas maracutaias que estão por trás das obras, quem realmente está ganhando com o roubo embutido nos projetos e seus super-faturamentos.
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Qualquer regime que para se justificar persegue, encarcera e mata seu povo, não é um bom regime de governo. Nada pode justificá-lo, pois nele não há o bem para todos, apenas a estupidez de poucos.
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Sem maldades - vi gente fantasiada de zumbi, mas que dispensaria tranquilamente a fantasia. São zumbis naturalmente, vivem a vida sugando sangue alheio, se alimentam das carcaças mortas no golpe do puxa-tapete. Vivem lambendo saco e só renascem no Carnaval.
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Aqueles que fazem apologia à ignorância tecem para si uma defesa prévia. A ignorância é a pior das conselheiras, porque se cerca de aduladores que dizem suprimi-la ao ignorante. Ser governado por ignorantes, portanto, não nos parece algo inteligente e razão de orgulho; a ignorância geralmente produz fanáticos, homens de um livro só e pior, homens de livro nenhum.
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Não vos preocupeis se não deu certo na primeira vez. Insista, a Ópera Carmen foi um fracasso na sua estréia; hoje, é uma das mais executadas e encenadas no mundo.
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A política brasileira é piada desde que foi inventada. Aqui, o cidadão chama certo político de ladrão e o sujeito fica bravo, esperneia, ameaça processo; porque na na cabeça desse político, ele está cumprindo, patrioticamente, com sua obrigação e dever de esfolar o povo.
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.-- Acordaste cedo, hoje! -- observa, sorridente, o Portuga da Padaria.
-- É para ver o fim do mundo, com mais gosto e detalhes! -- disse a ele que, de boca aberta, nada entendeu.
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Ela me disse -- Estou meio ´´fora de si´´...
Eu a corrigi, delicadamente -- ´´Fora de mim´´... Você quis dizer...
Ela retrucou rindo -- Você também! Que legal! Vamos se dar bem!
Senti uma taquicardia. Realmente ela tinha uma terceira pessoa dentro de si, burra que doía. Daí pensei, mas era bonita e se houver justiça neste mundo, um dia ela perde a voz, fica muda, sei lá...
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Prometi não mais escrever sobre a Lua. Já tem muita Lua nos meus poemas, mas esta que está enquadrada na minha janela pede, suplica, ordena-me. É a última Lua Cheia deste Verão, do ano da graça de 2014.
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Foi difícil explicar para a infeliz que, com este corpinho, eu me encaixava melhor no estereótipo de símbolo sexual do que de poeta.
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Acabo de comer um abacate com gosto de abacate, pensando seriamente em algum dia transformá-lo num bife por meio de engenharia genética. Neste instante, suco de couve com maracujá, creio que agora sei o gosto da água daquele lago verde e poluído do Passeio Público.
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Um xingamento para lá de educado - por gentileza, excelência, nobre deputado: vá para a casa do falo!
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Aqui em Curitiba, para ver estrelas só se o peão apanhar da mulher ou da polícia. Céu sempre fechado.
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Os fotógrafos sabem disso. A variação da luz de uma estação para outra em Curitiba é um fenômeno que podemos verificar na prática. A luz das últimas semanas foi diminuindo como uma lâmpada em que se reduz a corrente elétrica que passa por ela e no Inverno essa variação será mais notável ainda. Um bom exercício seria fotografar o mesmo lugar em datas diferentes do ano e com a máquina sempre nas mesmas condições. A luz dá à fotografia sempre uma emoção diferente, é sua poesia.
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Esta minha firma anda mal. Não tenho nem mesmo um estagiário para dar um esporro quando some um capítulo inteiro do livro que estava editando. Pen drive lazarento!
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Não quero um mundo cão
Quero sim, um mundo são.
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Não, minha flor de jaca, antagônica não é uma anta agoniada.
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Um intelectual que tenta calar quem pensa diferente não é um intelectual, é um idiota sectário e presunçoso que aprendeu as letras sem entender seus significados. O pensamento se forma na multiplicidade das ideias e conceitos. Ideias antagônicas e díspares geram uma terceira ideia e outra e depois outra. Ideias iguais nada prosperam a não ser a ignorância que se encerra nelas próprias.
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O guri pançudo, ainda cheio de espinhas, veio e me falou que queria uma dica para publicar seu livro de poemas pelo governo e depois vendê-los. Disse-lhe, profundamente triste, pois ele começava mal -- Poesia não é mercadoria; vaidade e vagabundice não podem ser pagas com o dinheiro da fome de nosso povo. Tu serias excelente artista se pedisses que todo esse dinheiro, que é empregado para financiar vaidades, fosse usado para ajudar os que realmente precisam e morrem nas filas dos postos de saúde, por exemplo. Essa é uma das essências de toda arte que fala pelo coração: importar-se, antes de tudo, com o sofrimento de nossos semelhantes e não formar uma casta pretensamente intelectualizada que vive puxando o saco do governo, qualquer governo, para ganhar uns trocados do mecenato público.
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Vai minha amiga, vai meu irmão, vive. É tempo de viver e tu és nele.