Louco, o menestrel subiu num poste
Da rua mais movimentada da cidade
E ao ignorar o perigo, discursava
Ora, a comparar pessoas com formigas
Ora, com bois, boiadas e vacas
Gritava aos sete ventos em urros e berros
E esbugalhava os olhos
E até mesmo ameaçava arrancá-los
Louco, passava do choro ao riso
E depois cantava suave até retomar os gritos
O menestrel dizia-se cansado
E afirmava que as notas de sua lira
Que a música de sua viola
Eram violências contidas
De seu último poema de revolta
Ao longe ouvia-se a ambulância
E ao redor do poste a multidão
Que se formava esperando o trágico
E num último gesto de insanidade
O poeta agarrou-se aos fios de eletricidade
Para depois alcançar o chão em
v
e
l
o
c
i
d
a
d
e
O surdo som da queda
Foi seu derradeiro protesto
Morria para o mundo
Num ato teatral
Para uma plateia desconhecida
Indigna de seus versos.
Da rua mais movimentada da cidade
E ao ignorar o perigo, discursava
Ora, a comparar pessoas com formigas
Ora, com bois, boiadas e vacas
Gritava aos sete ventos em urros e berros
E esbugalhava os olhos
E até mesmo ameaçava arrancá-los
Louco, passava do choro ao riso
E depois cantava suave até retomar os gritos
O menestrel dizia-se cansado
E afirmava que as notas de sua lira
Que a música de sua viola
Eram violências contidas
De seu último poema de revolta
Ao longe ouvia-se a ambulância
E ao redor do poste a multidão
Que se formava esperando o trágico
E num último gesto de insanidade
O poeta agarrou-se aos fios de eletricidade
Para depois alcançar o chão em
v
e
l
o
c
i
d
a
d
e
O surdo som da queda
Foi seu derradeiro protesto
Morria para o mundo
Num ato teatral
Para uma plateia desconhecida
Indigna de seus versos.
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