Criança, minha criança,
Dulcíssima é a infância:
Por isso, tenha medo não
Do velho bicho papão
Que nunca existiu.
Tenha medo não, criança,
Dulcíssima e única é a infância:
Se o terremoto embalar seu berço,
Por favor, na igreja reze o terço.
No Brasil não tem terremoto não.
Aqui, neste Brasil violento,
O que nos abala
É bala perdida
E o que nos mata
É a corrupção.
Fantasmas não existem mais, criança,
Pelo menos nos cemitérios.
Hoje, o bom fantasma tem crachá,
Consta da folha de pagamento
E rouba em tal descaramento,
Que chega a pensar que é favor
Ter uma cadeira vazia
Para seu invisível bundão
Em tudo quanto é repartição.
Dulcíssima é a infância:
Por isso, tenha medo não
Do velho bicho papão
Que nunca existiu.
Tenha medo não, criança,
Dulcíssima e única é a infância:
Se o terremoto embalar seu berço,
Por favor, na igreja reze o terço.
No Brasil não tem terremoto não.
Aqui, neste Brasil violento,
O que nos abala
É bala perdida
E o que nos mata
É a corrupção.
Fantasmas não existem mais, criança,
Pelo menos nos cemitérios.
Hoje, o bom fantasma tem crachá,
Consta da folha de pagamento
E rouba em tal descaramento,
Que chega a pensar que é favor
Ter uma cadeira vazia
Para seu invisível bundão
Em tudo quanto é repartição.
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