domingo, 6 de janeiro de 2013

Santa Casa de Misericórdia

Havia uma casa de misericórdia
E era chamada de santa
Ali chegavam de terras distantes
Os desvalidos
Os enfermados
Os irremediados
Com suas úlceras expostas

E as enfermeiras em seus uniformes
Divinamente brancos
Se ajoelhavam diante das feridas
E nelas passavam mágica pomada
Vinda da Alemanha em grandes latas
Pomada amarela, densa
Para alívio da dor da vida
E depois, com esparadrapo
As envolviam numa firme gaze
Junto com seus corações

Eu contava poucos anos nesse tempo
Mas aprendi que algumas palavras
E expressões podem existir de fato
Nesse nosso grande teatro
De dissimulações hipócritas

Misericórdia
Compaixão
Amor

O amor desinteressado e que santifica.

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Foto: Santa Casa de maringá, década de 1950. Acervo do hospital.

2 comentários:

Anônimo disse...

Linda poesia, querido amigo Nandéu

Anônimo disse...

Poesia humanamente linda,bjo, cirlei.