Pelos currais como gado
Passam porteiras meninos
Crescem na vida largados
São minha gente, amigo
Pelo amor esquecidos
E de corações magoados
Vivem na fome e na peste
Vivem como bicho perdidos
Na solidão das cidades
São minha gente, amigo
A espera de solidariedade
Meus olhos estão cansados
De ver tanto horror espalhado
Pelos homens atormentados
Que na vida inda pouco espero
Do que o viver contrariado
Vou por este caminho afora
Assoviando com o vento
Em mim metendo a espora
Pra ver se desembesto
E fujo do que me apavora.
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