domingo, 27 de outubro de 2013

Vida errabunda, somos os goliardos

Adoramos a boa vida
Monges beberrões inveterados
Pelo Papa amaldiçoados
Ah, nós somos os goliardos
Sim somos alegres bonachões
Os bardos enamorados

Somos soltos pelo mundo
Como o vento que sopra
Na vastidão das campinas
E de nossas bocas é a obra
Que multiplica os hereges
Que as puras moças soçobra

Monges loucos menestréis
Ah, nós somos os goliardos
E aos ricos que aqui passam
Pedimos alguns trocados
Para jarras de bom vinho
E mulheres do pecado

Nesta vida errabunda
Somos monges mendicantes
Os pobres anjos malditos
Por isso temos amantes
Por qualquer feira e lugar
Somos os monges cantantes.

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Errabundus - no português ficaria errabundo - era o nome que se dava aos errantes vagabundos e vadios (os poetas de taverna inclusos!). Na Idade Média (Século XIII), esses poetas errabundos receberam do Papa a denominação do "goliardos" - uns monges-demônios, simpáticos beberrões, que erravam pela Europa falando mal de quem tinha poder: reis, nobres, juízes e a própria Igreja e destacando o amor terreno e carnal. As Canções de Burana, ou Carmina Burana, são exemplos do que esses monges escreviam e cantavam.

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