sábado, 12 de outubro de 2013

Roupa de defunto

Quando menino
Já usei roupa de defunto
Que o dono da funerária me deu
E um alfaiate de boa alma ajustou
Incomodava-me a roupa de morto
Mas depois pensei
Que aquela era sua serventia
Vestir os vivos
Morto não precisava de muda
Porque aonde estava
Roupa nada significava
Em seu mundo
As almas eram peladas.

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