terça-feira, 22 de outubro de 2013

Teus brincos e o tempo

Abro a gaveta e lá no fundo
Encontro teus brincos
Lembro-me deles, dois pêndulos
No balanço marcando o tempo
Que foi tão curto
Tão enfeitado nas flores
Que teus brincos imitavam
No prata misturado a doirados
Na pérola pendida solitária
Hoje, o metal está escuro
Hoje, o amor nele oxidou
São brincos de gaveta
Que não mais te enfeitam
Hoje, não mais marcam meus minutos
Relógios que pararam
Ponteiros adormecidos
Num tempo que não é mais.

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