sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Passos miúdos de não querer chegar

Vou falando da vida
Comigo mesmo
Pois careço companhia
Lá em cima o chapadão
Não quero chegar lá não
Sigo em frente
Para o outro lado
Em pensamento
No caminho das lembranças
De passo miúdo sem querer
Marcha de estrada
Sem montaria
Vou como infante
Como velho peão
Servi muitos generais
Exércitos de penitentes
Guerra ganhei não
Mas a boa luta lutei
É do lutar que vem o pão
Cego com os clarões
Dos campos de batalhas
Surdo porque escuto não
Vou falando sozinho
Não tenho quem me escute não
Dessas peleias só lamento
Aqueles que aqui não estão
Os que ficaram pelo caminho
E que são carga no meu coração
Sou surdo, eles não falam não
Ganharam outro rumo
Hoje moram no chapadão.

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