segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Esperança Mendiga


Ela esmola nas ruas
Nas portas das igrejas
Aos que passam
Mostra suas feridas
E roga o ajutório
Reservado aos pedintes

No rosto riscado de infelicidades
Nada mais lembra sua juventude
Em que se trajava de finos tecidos
Sedas vermelhas, cores vivas
Azul cor do céu e alvíssimo branco

Ah, como fora bela, corada
Amada por onde passava!
Hoje, vive ali, sob sol e chuva
A ser lembrada de vez em quando
Em prosa de ilusionistas

Penitente, em desconsolo ela segue
Neste mundo do sofrer e da cobiça
Invisível, amarga e triste
A santíssima Esperança Mendiga.

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