quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Soneto do cair da tarde


Aguardei o cair da tarde
E depois de muito esperar
Vi a tarde caindo mansinha
Num manso de não se notar

Ao longe, o céu amarelinho
Misturava-se ao vermelho
E depois ao azul que se despedia
Em bordada mortalha de linho

Carcereiro das belezas esquecidas...
Sim, queria aquele cair da tarde
Nestas minhas miseráveis linhas...

Mas, na penumbra, nas barras do ocaso
Vi que a tarde não se faria prisioneira
Deste liberto soneto em desalinho.

Um comentário:

Ana Coeli Ribeiro disse...

Quanta beleza em seus poemas, encanto de ler!
Muita Luz amigo!
Ana