Sou um caipira letrado que não se esqueceu da dureza da terra a qual
capinou e que por isso ainda se encanta com a semente que se arrebenta e
se faz flor e se faz alimento; com as cores dos ipês, com a imponência
dos pinheiros, com o cantar dos passarinhos, com a beleza das borboletas
e joaninhas. Meu viver é bruto, feito pelas asperezas das labutas de
sol a sol. Mas, do lado do fogão à lenha, no peito trago o coração que
se derrete como vela que brilha na escuridão, ao ouvir uma viola, ao
amar o simples e verdadeiro que emana dos que comigo vão sem ver
importância onde vai dar esse caminho, cada vez mais estreito e repleto
de saudades.
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