sábado, 4 de março de 2017

Tempo de algodão-doce

Houve em minha vida
Um breve tempo de algodão-doce
Papai-Noel vivia nele
(O turrão não me dava presentes
Mas eu gostava dele!)
E quando me vinha o choro
De uma estranha tristeza
Que ainda não se explicava
Armava-se no quintal
Debaixo das mangueiras
O circo do palhaço Tremelique
O porquinho virava leão
O cabrito uma girafa
E os cães eram tigres
Mas o algodão derreteu-se
Papai-Noel foi para o Polo Norte
E nunca mais voltou
Com seus brinquedos prometidos
O porquinho e o cabrito
Foram para a panela
Os cães apanhados pela carrocinha
E o Tremelique, com doçura e pena
Deu-me sua pintura
A mesma que até hoje uso
Para fingir adultas alegrias.

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